Quinta, 31 de julho de 2014 às 14:16

Salto Caxias: Copel não apresentou solução para famílias

Assessoria


Na semana passada lideranças e famílias atingidas, ligadas ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), ASSESOAR (Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural) e ao SINTRAF (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) de Capanema, juntamente com o Pároco de Nova Prata do Iguaçu e o Bispo da Diocese de Francisco Beltrão, Dom José Peruzzo, reuniram-se com representantes da COPEL, da Secretaria de Assuntos Fundiários, da COHAPAR e da Defesa Civil do Estado do Paraná, para tratar sobre a situação das famílias atingidas pela enchente no Rio Iguaçu, causada pela abertura das comportas da UHE Salto Caxias. O volume e a intensidade das águas arrastaram casas, estruturas, animais, máquinas agrícolas e devastou plantações e acessos.
Como resultado da reunião, a COPEL assumiu o compromisso de fazer um estudo que apontará planos e ações de prevenção para novas situações de enchentes. Também ficou acordado que a COPEL fará reposição das perdas através de um valor monetário com base no levantamento realizado pela defesa civil, integrando as ações com a COHAPAR e as secretarias do governo do estado.
Esses trabalhos serão concluídos nos próximos 15 dias e apresentados para a diretoria da COPEL, para liberação do recurso. Ficou agendada uma nova reunião para o dia 11 de agosto de 2014, em Realeza, onde a COPEL irá apresentar a proposta de trabalho com medidas para a solução do problema.

A LUTA
No final do mês de junho, havia ocorrido uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para tratar do mesmo assunto, ocasião em que foi entregue um manifesto das famílias atingidas, contendo 11 pontos de reivindicação. Segundo dados levantados pelo cadastro e apresentados pela Defesa Civil e COPEL, a abertura das comportas da Usina atingiu cerca de 315 famílias dos municípios de Capitão Leônidas Marques, Capanema, Nova Prata do Iguaçu e Realeza. Das 315, 57 famílias tiveram suas casas arrastadas ou destruídas.
Os dados extraídos da estação de monitoramento da COPEL, localizado em Porto Lupion, município de Capanema indicam que, a partir das 18:00 hs do dia 8 de junho de 2014, o volume das vazões do rio Iguaçu ultrapassou a marca de 23.000 m³, às 22:00 hs. Das 23:00 hs do dia 8 de junho, até 13:00 hs do dia 9, não houve leituras, provavelmente porque o rio Iguaçu subiu mais do que os equipamentos poderiam monitorar. Um indício disso é que a régua existente no local marcava quase 14m quando pararam as leituras e chegou a marcar até 14,86m. As leituras de vazão só foram retomadas quando o rio voltou aos 14 m, 13:00 hs do dia 9 de junho de 2014.
As enchentes ocorreram entre os dias 08 e 09 de junho e, até o momento, a COPEL e os demais órgãos do estado não apresentaram medidas estruturantes para atender as famílias atingidas.

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